Adeus Amigas (escrita terapêutica)
Preciso escrever. As imagens dessas duas amigas que partiram tão prematuramente, volta e meia me perseguem nas horas mais inusitadas, no banho, ao escovar meus cabelos, ao lembrar dos saraus dos quais juntas participamos...
Para virar a página, dobrar a esquina, partir do lugar de dor dos acontecimentos que nos tomam de surpresa, para despedir-me de duas amigas das letras que preferiram voar e, voando, deixar saudades.
Uma não resistiu à COVID e com seu corpo internado e intubado, sua alma o rejeitou. Partiu deixando tristes dois frutos de seu ventre, rapazes crescidos, órfãos de materno abrigo. Outra, bem antes e mais nova, partiu em sofrimento, levando com ela o filho em seu ventre...
Em comum, tinham o amor pelas letras, todas do idioma pátrio estudiosas. Escritoras e poetisas, deixaram suas obras eternizadas, lindas e sensíveis, moldadas nos corações de quem as conhecia e amava.
Nessa mensagem em singela homenagem, deixo meu respeito e admiração e honro suas breves passagens. Breves, porém brilhantes, marcantes. Foram mulheres vibrantes, desbravadoras de seus caminhos até onde Deus permitiu.
Gosto de pensar nelas - que não se conheciam - organizando saraus épicos no céu dos poetas, dos artistas e afins... com a criança rodeando a mãe, vivendo outra realidade em alhures. Uma festa só!
Sempre que me lembro de algo sutilmente poético, que tenha poesia e melancolia, lembro das duas e, com carinho, sempre as levo no coração. Agora, vendo o Facebook póstumo, aumenta a dor da saudade e a vontade de receber notícias que nunca chegam.
Adeus amigas! Guardem um lugar aí neste céu para mim, pois um dia também declamarei poemas com nuances de belezas angelicais junto a vocês, sussurrando rimas divertidas nos ouvidos do Divino Criador.
Assim é.
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